domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pagando mais por arte de qualidade!

Outro dia com hipocrisia articulei sobre as pessoas que compram discos “piratas”, sem notar que há pouco tempo também me incluía nesse grupo. A mídia noticia inúmeros casos de falsificação no país, no entanto a maior dificuldade é a conscientização da massa, hoje foi minha vez de assumi a consciência e responsabilidade de que a “pirataria” definitivamente não reproduz o que o artista quer transmitir, - eu explico -.
     Acordei e pouco tempo depois chegou um amigo e me presenteou com um CD original, abrir o presente comecei a apreciar os aspectos visuais do álbum e percebi que além da música a arte visual também representa a personalidade da artista, embora isso já seja notado meio que subliminarmente isso só pode ser entendido através do contato físico - eroticamente comparando – é como falar sexo sem nunca ter praticado, enfim, o disco era “SIM de Vanessa da Mata” - uma artista que particularmente me agrada muito – uma voz que representa a legitimidade brasileira o jeito e ousadia brasileira, uma artista que é naturalmente espontânea, um agudo característico.
O artista por outro ângulo, misturado a um campo distinto da arte ouvida o que contribui complementando a obra.
"Aquilo que é estático e repetitivo é entediante. Aquilo que é dinâmico e randômico é confuso. No meio situa-se a arte."¹
Neste caso o álbum deve ter custado aproximadamente R$ 9,99 por se tratar de um EP (extended play) ou mini-álbum como é conhecido – enquanto um pirateado custa R$ 2,00 –. Afirmo que os outros R$ 7,99 valem todo o resto da obra artística, mas infelizmente faz parte da cultura brasileira economizar com arte e cultura, - principalmente daqueles que recebem o "troco mínimo" o que gera um prejuízo irreparável a nossa geração, - a minha, por exemplo – que se vê exposta ao lixo cultural que assola a massa da população e obriga os jovens que querem ouvir algo descente ser obrigado a resgatar musicas dos famosos “Anos 80” – que isso não soe como algo ruim – ou então buscar algo “fora” desfavorecendo os raros e bons talentos que surgem na cultura brasileira – de modo geral -.  Nasci na década de 90 – anos de instabilidade – de altos e baixos na política do meu país, chamo a atenção para desde o impeachment do Inescrupuloso Fernando Collor à implementação do plano real que contribuiu para estabilidade econômica – ponto crucial – no desenvolvimento de uma nação.
Esquecendo – por um instante – que não passa de mais uma estratégia capitalista de chamar a atenção e atingir o público alvo, vamos dar mais importância ao trabalho dos artistas por traz desse trabalho; não perderei mais a emoção de explorar esse tipo de obra em um contexto audiovisual.
“Você sabia que 67% dos jovens entre 16 e 24 anos consomem produtos piratas? E que esse número cai para 13% quando se trata de pessoas acima dos 60 anos? – segundo o Jornal de Piracicaba –.”
Sugiro ouvir o disco e atentar as músicas Baú e Absurdo; ambas de composição própria da cantora.
Uma pequena parcela das inúmeras configurações de arte –brasileira - que vale muito a pena pagar mais...

Amorim Anderson – Pagando mais por Arte
     ¹Frase de John A. Locke
Rio Largo (AL)
Fevereiro|2011