quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não Curti!

Caros Leitores Interativos, depois de curtos e corridos dias de um universitário, pauso para desenvolver mais um registro para meu estimado blog, hoje larguei os livros, a internet e estou analisando um fenômeno que não me é estranho, a febre das Redes Sociais. Há sete anos surgia o ORKUT e lembro-me das horas que passei na lan house me sentindo o mais popular da rede, o tempo passou e outras prioridades vieram e hoje confesso que pouco me importo com minha conta no site, entretanto a bola da vez agora é o Facebook. Isso não teria a menor importância para mim se não estivesse sendo agastado com toda essa repercussão e alvoroço dos seus usuários, no meu e-mail, em sites de compra, pelos amigos e conhecidos tenho vários convites para aderir à nova mania, se fosse só isso não teria tanta representatividade, mas a questão é o senso de obrigatoriedade que alguns usuários têm de que todos nós temos que ter uma conta no Facebook, e que quem não tiver é desatualizado, atrasado, ultrapassado, desantenado, eu não estou censurando as pessoas que têm Facebook ou qualquer outro perfil em redes sociais, afinal, as pessoas fazem da sua vida o que bem entendem – desde que não firam a lei -, mas sim, a posição de algumas pessoas que acham que não ter um Facebook é anormal.
Tudo bem que eu sou um pouco estranho, mas as caras de espanto que acompanham a minha resposta negativa quando me perguntam se tenho “face” – como é conhecido entre seus usuários, é de esganar um, brinquei! – para sorte dos meus conhecidos.
E o filme se repete. O Orkut serviu de experiência, tive a oportunidade de visitar a plataforma do Facebook pelo perfil de um amigo e não me surpreendi, disse “O Orkut galanteou o Twitter e eles tiveram um filho chamado Facebook” é realmente incrível o quanto pessoas levam aquilo a sério, a quem diga que é divertido, que é informativo, que é interativo e até instrutivo, mas eu sou adepto da teoria que diz que serve para conversar com amigos distantes, pois qualquer outro tipo de relacionamento é dar um tiro no escuro, você não “sabe” quem está do outro lado, mas há quem goste até de se relacionar com ostomia cirúrgica¹, o Facebook é moleza.
O interessante é que como o Orkut foi substituído pelo Facebook virá outro que assim sucessivamente substituirão uns aos outros até o infinito, e num país onde os jovens precisam de educação, esporte e oportunidades... Nós tenhamos que ver diversos deles curtindo tamanha futilidade, leviandade, eu não fujo muito desse conceito, não sou o influenciável, mas tento minimizar o máximo, até porque quem são os amigos que se formam com esses sites? Salvo exceções, são pessoas que na rua não te olham, fingem nem te conhecer, além das que só estão buscando seus próprios interesses de uma maneira bem mais ampla e rica, comenta abaixo quem nunca teve uma experiência assim.
Nessa mesma oportunidade vi no Facebook as mesmas coisas: “Estou almoçando”, “Indo para o banho”, “Saindo do banho”, vi relatórios de férias com dia, horário e lugar, ainda há quem se orgulhe e vanglorie por ter 1.500 amigos virtuais o que contrasta com o pensamento atual de que cada um quer a sua privacidade, seu próprio notebook, sua individualidade, cada vez mais se distanciado dos laços de valores que não se aprende se não errar, preferem cultivar a banalidade.
"Um olhar diferente muda um conceito de cabeça para baixo"²

No entanto, o Facebook pode ser tudo o que você quiser, depende de como você usar, mas ainda insisto antes de abrir a página na internet, tenta abrir a página de livro, de mente aberta você vai se divertir muito mais, deixa as redes sociais com 30 min. do final de semana. Não tenho Facebook, não estou desatualizado sobre o que acontece no meu país e no mundo, mas não por ser usuário do Orkut, inclusive divulguei esse post por ele e você até pode estar lendo devido a isso, mas por ler revista, jornal, livro, buscar me informar. É isso, as redes sociais não merecem toda essa atenção não servem para isso. No entanto, embora tudo conspire a favor da minha contradição, desculpem-me se pareci intolerante, mas, não curti!


Amorim Anderson – Não Curti! 
     ¹É uma abertura criada cirurgicamente na qual uma parte do trato urinário ou digestivo é trazida à superfície abdominal, onde uma víscera se  comunica com o meio externo para dejetos serem expelidos.
²Frase de Glória Kalil.
Rio Largo - AL
Dezembro|2011


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um rei sem coroa!

 
Logotipo - Especial 2008
             Estava conversando com alguns amigos sobre internet e caímos na risada quando fiz um comentário sobre pessoas que fazem uso da tecnologia até nas horas mais desnecessárias, inconvenientes, inusitadas e/ou incômodas. Ex: banheiro, piscina, igreja, velório, no réveillon¹, no ônibus, cinema, teatro... Enfim em infinitos lugares, mas foi lembrando de quantas pessoas ficam on-line no natal que surgiu esse texto. Quando se fala em especiais de natal, logo me lembro que não aguento mais o Especial de Fim de Ano da Rede Bobo – oh, desculpa! Globo – que há 37 anos realiza o especial do “rei” Roberto Carlos na noite de natal, eu não assisto mais faz tempo, mas só os flashes durante a programação enchem o “saco” - não tenho TV por assinatura! – fãs, tietes e simpatizantes que não me levem a mal, mas são sempre as mesmas musicas - às vezes há uma nova composição -, as mesmas roupas, já repetiram diversas vezes os convidados – alguns têm cadeira cativa -, até a fonte das iniciais RC são as mesmas todo ano, enfim o que muda é o plano de fundo do telão.
  
Logotipo - Especial 2009
Eu não estou a fim de bancar o modernista radical que excomunga o passado e se faz de revolucionário fingindo que não há nenhuma influência e contribuição ao presente, pelo contrário, quando se trata de boas músicas não se deve fazer exclusiva referência ao artista, mas imprescindivelmente à arte que é a essência, é isto que defendo. Não é preciso diferenciar a música atreladas à quantidade das que se vinculam a qualidade e é por isso que talvez as pessoas tenham um nível de cultura tão baixo, nesse sentido mantenho uma posição conservadora, mas o que acontece é que além de RC ser repetitivo e comercial ainda fazer dele “Rei” é absurdo, primeiro, “rei” de quê? Segundo que esse termo surgiu nos anos 70 quando ele ainda tocava no “pediu? Tocou...” das rádios – ele também nunca foi nada modesto para amenizar o título –.
 
Logotipo - Especial 2010
Entendo e admiro Roberto Carlos pela significativa participação na história da música brasileira, precursor do rock nacional como alguns defendem, mas trata-se de um artista mediano de letras musicais e de dom vocálico que faz lembrar “existem melhores” com uma dúzia de músicas que valem a pena ouvir e outras que parecem uma mentira dita mil vezes, mas tudo bem, quem não gosta, não ouve. Existem outros que na minha concepção comparados a Roberto não deixam nada a desejar. Ex: Caetano Veloso, Tim Maia, Elis Regina, Simone, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nana Caymmi, Maria Betânia entre outros, e nem por isso são tratados como “reis” apesar de que a MPB não usaria essa denominação, primeiro, por que não vivemos em uma monarquia, segundo, por que preferiria “gênio”, “ícone”, “expressão máxima”... Não “rei”, é brega.
Só gostaria que abrissem espaço para inúmeros artistas talentosos que há no país e que não contam com nenhum empresário rico por trás para financiar o início de carreira.



Amorim Anderson – Um rei sem coroa! 
     ¹Termo em Fracês, "passagem de ano".
Rio Largo (AL)
Junho|2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pagando mais por arte de qualidade!

Outro dia com hipocrisia articulei sobre as pessoas que compram discos “piratas”, sem notar que há pouco tempo também me incluía nesse grupo. A mídia noticia inúmeros casos de falsificação no país, no entanto a maior dificuldade é a conscientização da massa, hoje foi minha vez de assumi a consciência e responsabilidade de que a “pirataria” definitivamente não reproduz o que o artista quer transmitir, - eu explico -.
     Acordei e pouco tempo depois chegou um amigo e me presenteou com um CD original, abrir o presente comecei a apreciar os aspectos visuais do álbum e percebi que além da música a arte visual também representa a personalidade da artista, embora isso já seja notado meio que subliminarmente isso só pode ser entendido através do contato físico - eroticamente comparando – é como falar sexo sem nunca ter praticado, enfim, o disco era “SIM de Vanessa da Mata” - uma artista que particularmente me agrada muito – uma voz que representa a legitimidade brasileira o jeito e ousadia brasileira, uma artista que é naturalmente espontânea, um agudo característico.
O artista por outro ângulo, misturado a um campo distinto da arte ouvida o que contribui complementando a obra.
"Aquilo que é estático e repetitivo é entediante. Aquilo que é dinâmico e randômico é confuso. No meio situa-se a arte."¹
Neste caso o álbum deve ter custado aproximadamente R$ 9,99 por se tratar de um EP (extended play) ou mini-álbum como é conhecido – enquanto um pirateado custa R$ 2,00 –. Afirmo que os outros R$ 7,99 valem todo o resto da obra artística, mas infelizmente faz parte da cultura brasileira economizar com arte e cultura, - principalmente daqueles que recebem o "troco mínimo" o que gera um prejuízo irreparável a nossa geração, - a minha, por exemplo – que se vê exposta ao lixo cultural que assola a massa da população e obriga os jovens que querem ouvir algo descente ser obrigado a resgatar musicas dos famosos “Anos 80” – que isso não soe como algo ruim – ou então buscar algo “fora” desfavorecendo os raros e bons talentos que surgem na cultura brasileira – de modo geral -.  Nasci na década de 90 – anos de instabilidade – de altos e baixos na política do meu país, chamo a atenção para desde o impeachment do Inescrupuloso Fernando Collor à implementação do plano real que contribuiu para estabilidade econômica – ponto crucial – no desenvolvimento de uma nação.
Esquecendo – por um instante – que não passa de mais uma estratégia capitalista de chamar a atenção e atingir o público alvo, vamos dar mais importância ao trabalho dos artistas por traz desse trabalho; não perderei mais a emoção de explorar esse tipo de obra em um contexto audiovisual.
“Você sabia que 67% dos jovens entre 16 e 24 anos consomem produtos piratas? E que esse número cai para 13% quando se trata de pessoas acima dos 60 anos? – segundo o Jornal de Piracicaba –.”
Sugiro ouvir o disco e atentar as músicas Baú e Absurdo; ambas de composição própria da cantora.
Uma pequena parcela das inúmeras configurações de arte –brasileira - que vale muito a pena pagar mais...

Amorim Anderson – Pagando mais por Arte
     ¹Frase de John A. Locke
Rio Largo (AL)
Fevereiro|2011


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Valeu a pena, Hê, Hê!!

Considero este dia o fim de um ciclo, por dois anos convivi diariamente com pessoas experientes e que me ensinaram muito, por isso, faço-lhes esta acanhada homenagem...
“Nesse instante minha memória volta aos inúmeros momentos vividos com vocês, por vezes me parece injusto o número de pessoas que passam por nossas vidas e vão embora deixando saudade, mas o que me conforta são as lições deixadas por elas e quanto a isso posso dizer que aprendi muito com todos vocês e que não vou esquecê-los.
Sempre soube que esse dia ia chegar, e talvez por isso esteja mais paciente, com sensação de dever cumprido misturada a muita saudade e alegria. É uma tentativa vã arriscar descrever em poucas palavras o que passa pela mente de um Eterno Aprendiz em um momento como este, esta é uma fase de transição da qual todos da INFRAERO têm uma significativa participação.
Ao longo desses dois anos pude contar com o apoio e a dedicação empenhada para me ensinar as tarefas do dia-a-dia na vida corporativa, contando com a ajuda de vocês entrava e saía da empresa feliz – minto, às vezes tinha algum problema – boa parte foi preenchido de muita alegria, dando-me o privilégio de dizer a qualquer pessoa “ Eu me divirto enquanto trabalho, aprendo e ainda ganho por isso”.
Costumo comparar a INFRAERO a uma mãe-águia: o carinho, a proteção, os ensinamentos, os conselhos, a orientação e poderia passar horas falando tudo que aprendi, mas não quero me estender, não sou fã de despedidas, então ressalto que o respeito e a amizade me fazem entender a rotina que rege esta empresa. Agora está na hora de sair das asas da mãe-águia e aplicar o conhecimento adquirido, dando largada à jornada de desafios, à ida para universidade, à luta constante em um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Esse e outros, são os artigos-surpresa componentes de um cenário que a experiência vivida dentro desta família sem dúvida alguma me fortaleceu.
Agradeço a paciência e a tolerância de todos para comigo, desculpem-me se alguma vez não atingi as expectativas, mas acredito que todos os contratempos foram sanados com diálogo, respeito e amizade.
Desejos a todos um ano repleto de saúde, paz, alegria e muito sucesso, um forte abraço e que Deus nos abençoe.”

Amorim Anderson – Valeu a pena, Hê, Hê!!,
Rio Largo (AL), Dezembro|2010