quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um rei sem coroa!

 
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             Estava conversando com alguns amigos sobre internet e caímos na risada quando fiz um comentário sobre pessoas que fazem uso da tecnologia até nas horas mais desnecessárias, inconvenientes, inusitadas e/ou incômodas. Ex: banheiro, piscina, igreja, velório, no réveillon¹, no ônibus, cinema, teatro... Enfim em infinitos lugares, mas foi lembrando de quantas pessoas ficam on-line no natal que surgiu esse texto. Quando se fala em especiais de natal, logo me lembro que não aguento mais o Especial de Fim de Ano da Rede Bobo – oh, desculpa! Globo – que há 37 anos realiza o especial do “rei” Roberto Carlos na noite de natal, eu não assisto mais faz tempo, mas só os flashes durante a programação enchem o “saco” - não tenho TV por assinatura! – fãs, tietes e simpatizantes que não me levem a mal, mas são sempre as mesmas musicas - às vezes há uma nova composição -, as mesmas roupas, já repetiram diversas vezes os convidados – alguns têm cadeira cativa -, até a fonte das iniciais RC são as mesmas todo ano, enfim o que muda é o plano de fundo do telão.
  
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Eu não estou a fim de bancar o modernista radical que excomunga o passado e se faz de revolucionário fingindo que não há nenhuma influência e contribuição ao presente, pelo contrário, quando se trata de boas músicas não se deve fazer exclusiva referência ao artista, mas imprescindivelmente à arte que é a essência, é isto que defendo. Não é preciso diferenciar a música atreladas à quantidade das que se vinculam a qualidade e é por isso que talvez as pessoas tenham um nível de cultura tão baixo, nesse sentido mantenho uma posição conservadora, mas o que acontece é que além de RC ser repetitivo e comercial ainda fazer dele “Rei” é absurdo, primeiro, “rei” de quê? Segundo que esse termo surgiu nos anos 70 quando ele ainda tocava no “pediu? Tocou...” das rádios – ele também nunca foi nada modesto para amenizar o título –.
 
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Entendo e admiro Roberto Carlos pela significativa participação na história da música brasileira, precursor do rock nacional como alguns defendem, mas trata-se de um artista mediano de letras musicais e de dom vocálico que faz lembrar “existem melhores” com uma dúzia de músicas que valem a pena ouvir e outras que parecem uma mentira dita mil vezes, mas tudo bem, quem não gosta, não ouve. Existem outros que na minha concepção comparados a Roberto não deixam nada a desejar. Ex: Caetano Veloso, Tim Maia, Elis Regina, Simone, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nana Caymmi, Maria Betânia entre outros, e nem por isso são tratados como “reis” apesar de que a MPB não usaria essa denominação, primeiro, por que não vivemos em uma monarquia, segundo, por que preferiria “gênio”, “ícone”, “expressão máxima”... Não “rei”, é brega.
Só gostaria que abrissem espaço para inúmeros artistas talentosos que há no país e que não contam com nenhum empresário rico por trás para financiar o início de carreira.



Amorim Anderson – Um rei sem coroa! 
     ¹Termo em Fracês, "passagem de ano".
Rio Largo (AL)
Junho|2011

13 comentários:

  1. Duplo sentido: RC é uma marca, logotipo da Globo! Não é sensacional, inédito e nem arrepiante, porém o poder alienador da Rede Glóbolo, qndo vc diz "nível de cultura tão baixo" atinge as TVs desses senhores com um rótulo multimídia (aí sim, feito pelos melhores web designers) maravilhoso e aí se faz qualquer plebeu, um rei!
    Vc duvida que se a Globo exibir no Fantástico que sal é doce, alguém beberá café com sal? Eu não! xD

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  2. Pois é, Andreão! Não só faz um plebeu torna-se rei, como fez um burguês aproveitador torna-se presidente da República Federativa do Brasil, lembra? Em 1989? kkkkkk¹² costumamos dizer que a mídia é o quarto poder, além do legislativo, executivo e judiciário, isso é perigoso!

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  3. Bem lembrado! Presidente, time, cantor... e BBBs! xD

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  4. Quando se expressam verdades, mesmo que sejam opiniões, a realidade vem à tona. Foi isso que você fez, Henrique. Se um dia - duvido muito esse chegar - existir um "rei" (no caso da globo, só existe um), haverá quem duvide, tal como eu duvido desse "RC" aí.

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  5. Clévisson, você sabe que existem tantas realidades que precisam vir à tona, a das políticas públicas por exemplo. Seguimos tentando e começando pelas mais simples, até por que as mais elaboradas é perigoso mencionar, ou seria, desperdício? Kkkkkk¹² êh Brasil Bão !

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  6. Que bom que você gostou!
    Valeu maninha pelo incentivo de sempre!kkkkkkkk¹²
    Obrigado!
    Abraço.

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  7. Anderson, você sabe que eu adoro seus textos, mas esse não foi tão feliz, pelo menos pra mim. Esse rótulo que concebido ao cantor Roberto Carlos, nada mais é que jogada da mídia, a origem está na necessidade que a indústria da música tinha na época, de vender e vender. Roberto Carlos foi rotulado como REI e o público brasileiro que estava faminto por um ídolo nacional, principalmente no rock, abraçou essa "causa" com unhas e dentes.
    RC tentou por inúmeras vezes participar da Bossa Nova, mas as suas limitações quanto ao conhecimento de música o impediram, já que a bossa é um dos subgenêros da música mais complexo e seletista.
    Dessa forma, RC passou a fixar seu campo de atuação no rock e mais tarde em músicas românticas. Sabe-se que a voz do cantor supra é um pouco fanha, mas não há como negar a interpretação e a impostação vocal maravilhosas quando este canta. Sei que você não gosta do RC, entendo os seus motivos, e também por isso você não concorda com o título que foi dado. Mas, entenda que tudo isso faz parte da história da música brasileira. Que apesar das limitações que RC tem, este canta com a alma, e isso é para poucos. Artista não é aquele cara que faz sucesso, ganha dinheiro e vive causando polêmica; artista é aquele que tem uma história (e no caso de RC, a história de vida é simplesmente magnífica), que trabalha por amor e que tem o público como fonte de sustento e de carinho, essas coisas só quem acompanha a carreira do RC ou pelo menos estuda música, sabe.
    Espero ter contribuído de alguma forma.
    Um abração.

    Keila

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  8. Então, vamos lá! Kkkkkk¹²
    A indústria da música ainda está preocupada em vender e vender, pois o povo brasileiro precisa de um ídolo a cada três meses independente do ritmo.
    Roberto Carlos só tem esse título de “Rei” por que a globo ganha muito dinheiro com seus especiais – que convenhamos especiais há 37 anos não é mais tão especial assim –.
    Roberto não entrou para os seletos da bossa, por que insistiu no Rock, foi uma opção dele. Não entrar para um rol de artista mais talentosos do Brasil e ainda assim ser chamado de rei, francamente!
    Confesso que realmente a voz de Roberto não me agrada, mas esta não é a questão, como já falei –... me faz lembrar que existem melhores... -.
    Novamente afirmo que duvido que roberto estivesse tão bem visto se a globo não o promove-se, pois até mesmo seu amigo e companheiro de carreira Erasmo se encontra fora do holofote - não teve essa oportunidade(contrato) – simpatia talvez? Não acho.
    Como explicar que de todos os artistas que cultivavam o rock somente Roberto sobreviveu? Talento somente? Para mim Roberto se vendeu, e um artista quando se vende perde a credibilidade.
    A verdade é que globo manipula, faz de Roberto um fantoche, pois lucra milhões com seus “especiais” concomitantemente proíbe outros show, - sem promoção da Globo - . RC em Cannes foi tido por algumas pessoas como alienado sob a visão da época.
    Foi também bastante conveniente para a ditadura, não precisou sair do país, ou seja, se absteve de lutar por uma causa comum, alguém já ouviu musica de Roberto com apelo político-social?
    Quanto à interpretação de Roberto, prefiro a dos artistas supracitado no texto, eles também têm historia e uma vitoriosa e premiada carreira.
    Posso até não ser um especialista em música e muito menos acompanhar a carreira de Roberto Carlos – kkkkkkkkkk... -, mas estudei o suficiente para entender a alienação que o povo brasileiro sofre – e eu também – é assim com Xuxa, Didi e suas relações com campeã de audiência, essa é uma exemplificação perfeita se acrescentarmos o BBB no início do ano quando se tem discussões importantes no plenário e na câmara.
    Obrigado pelo comentário Keila é essa a proposta, Abraço!

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  9. -Quanto à inclusão do RC na bossa nova, é bom saber que ele não entrou por opção dele, e sim por opção dos que faziam a bossa.
    - Não coloquei a afirmativa sobre quem estuda música ou quem acompanha a carreira dele como algo presunçoso, apenas para aferir embasamento sobre o que eu postei. O fato é que cada indivíduo pensa de uma maneira, e estudar a alienação do povo brasileiro é uma questão muito subjetiva, tendo em vista as diferentes visões de mundo de quem estuda tal questão.
    - A grande diferença da indústria da música de antes para hj está na quantidade de ídolos que foram surgindo em cada período, hj os "ídolos" surgem com uma velocidade incrível, por isso não duram muito, antigamente a coisa não era bem assim.
    - Eu não estou aqui para defender ou atacar a Globo, apenas para questionar alguns pontos que vc postou sobre o cantor RC q eu não concordei.
    Tenho plena convicção que toda discussão é válida e por isso envio mais explicações sobre o que postei.
    - Quanto às músicas com apelo político-social, acho que cada cantor e/ou compositor deve mergulhar no universo que lhe cabe, ou melhor, que possui mais afinidade. E o bom artista não é aquele que faz apelo político-social, mas o que por meio do rendimento do seu trabalho promove a melhoria da sociedade, quando toco nesse ponto, não me refiro a incluir essas ações em suas canções, mas nas ações de tentar reduzir as desigualdades sociais a partir das fundações/instituições que são mantidas pelo cantor para ajudar pessoas que realmente necessitam.

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  10. Nossa!... gostei, ficou muito bom. Esse É meu ex-aluno. kkkk
    Vc se expressou com bons argumentos. Ser um leitor crítico é saber expressar de forma clara e concisa aquilo que quer com respeito. Valeuu
    Estou com um pouco de pressa, depois comentarei outras coisinhas...
    Um abraço.

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  11. Eu sei minha amiga, kkkkk¹²
    Mas agora alcançamos o mérito individual da discussão, ou seja, julgamento individual que não cabe acomodação, Roberto Carlos e as músicas de apelo Político. Abstenção? Conveniência? Afinidade? Covardia? Portanto, fica ainda mais claro que toda discussão é válida. Obrigado!

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  12. Obrigado Profª Nádia!
    Que bom que aprovou meu blog.
    Em breve, mais dicas de leitura!
    Abraço!

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